Revolta do Vintém: Atos Contra A Cobrança dos Bondes

Existem duas Revoltas do Vintém que aconteceram no Brasil, no Rio de Janeiro e na região do Paraná. Em termos históricos o evento carioca tem maior lembrança. Durou entre a virada dos anos de 1879 e 1880 e chamou o povo nas ruas por conta dos abusos do poder das elites dominantes em termos políticos nas terras nacionais.

Na prática o estopim aconteceu quando o império decidiu cobrar para as passagens nos bondes o valor de um vintém (vinte réis). Por esse motivo possui semelhança interessante com os atos que levaram o povo às ruas no começo do segundo semestre de 2013 no Brasil, quando governos federais decidiram aumentar a cobrança do transporte público para acertar o orçamento de acordo com a inflação.

Não é Só Por Um Vintém

Durante os Atos do Vintém os centros do Rio de Janeiro ficaram repletos de pessoas que reivindicavam os valores que estavam implantados de forma oficial de acordo com os planos econômicos do Visconde de Ouro Preto. Em termos práticos, assim como em 2013, o povo não estava nas ruas apenas por causa da cobrança considerada injusta por grande parte da expressão popular. Também aconteceu extrema violência urbana. O poder policial da época não estava preparado para lidar com a repentina multidão e os motoristas foram esmurrados e esfaqueados. Parte dos reivindicadores derrubou os bondes e arrancou os trilhou também para usar como arma no sentido de aumentar a destruição e colocar para fora a revolta contra o poder público.

Não se pode ignorar o fato de que as estatísticas possuem chances consideráveis de terem manipulação. Existe a estimativa de vinte feridos e dez mortos. Por conta do escândalo a equipe ministerial entrou em queda. Historiadores apontam que o aumento pode parte do poder público causou a revolta de cinco mil manifestantes que ocuparam a sede do palácio do império no sentido de exigir a queda da medida. 

Papel de Lopes Trovão: Revolta do Vintém

A evolução de imprensa no país ajudou para convocar o povo para Revolta do Vintém. Lopes Trovão foi o jornalista que conseguiu influenciar para juntar a multidão na frente do palácio para reivindicar o direito de usar o transporte público sem pagar preço excessivo. De início o imperador decidiu negociar com as lideranças, porém resolveu negar o pedido para demonstrar a força da mão do Estado. Por causa da negativa o profissional passou a divulgar argumentos contra as medidas do império na Gazeta da Noite, impresso de circulação local.

A data oficial para fazer a cobrança foi 1° de janeiro do ano de 1880. Na mesma data aconteceu o ato levou cinco mil pessoas às ruas. Não obstante, Lopes Trovão estava presente e ao mesmo tempo incitava a massa para permanecer em ataque contra os bondes que partiam ou chegavam ao Largo São Francisco. 

Presença da Polícia

Desde épocas antigas a presença da polícia nos manifestos das pessoas com cidadania representa ponto que indigna grande parte da massa que aprecia o direto de reivindicar os desejos e trazer justiça social à sociedade. Cidadãos de Roma se sentiam ultrajados quando os ditadores usam da força para dispersar trabalhadores romanos que lutavam por direitos ou contra atos políticos dos líderes. Durante a Revolta do Vintém a presença da polícia trouxe maior peso para o clima. Por causa do medo e tensão generalizada os membros destaques das multidões em violência iniciaram ataques contra cavalos e motoristas sem antes perguntar se estavam a favor ou conta às medidas imperiais.

A força policial não tinha preparo e esperava amargar a derrota á revolta. Por esse motivo que logo nos primeiros dias solicitaram ajuda do exército. Com o reforço no campo militar o povo que reivindicava aumentou o nível hostil ao arremessar pedras contra os solados, o que foi estopim para oficiais começarem a lançar fogo contra o público. Os disparos serviram para dispersar e ao mesmo tempo feriram dezenas de pessoas, resultando inclusive em número de mortos. A partir desse momento aos poucos as articulações populares foram desarticuladas.

Porém, por causa dos danos e baixa reputação que o poder ganhou por conta da repressão nos manifestos, o império decidiu anular as novas leis. Em termos práticos a medida para modificar os valores estava previstas nas reformas de 1877 que serviram como medidas no sentido de sair da recessão na economia. Na época em que se anunciaram as novas medidas para o transporte a classe trabalhadora se assustou, visto que o novo valor representava cobrança que prejudicava em níveis consideráveis o bolso do trabalhador. As ações de contestações ainda não tinham as veias da República, porém representou sinal das modificações sociais no final do período de governo do império. 

Revolta do Vintém no Paraná

No Paraná também aconteceu uma Revolta do Vintém. O principal objetivo não se relacionava com as condições das cobranças no transporte público, mas sim por causa do excesso na cobrança do Imposto de Renda (IR) em Curitiba. Aconteceu em 1883. Embora não tenha tido o mesmo sucesso histórico do que o ocorrido no Rio de Janeiro se pode dizer que também aconteceu número de assassinatos e vandalismo. 

Por volta de 1883 os representantes do governo perceberam que os impostos arrecadados tinham valores inferiores e por esse motivo encontrou na medida de aumentar em 1,5% a solução ideal para resolver o problema. Representantes do comércio iriam ser os grandes afetados por conta da medida e por esse motivo organizaram o primeiro movimento contra as ações do império. A Revolta tem o nome não por causa dos valores referentes á cobrança, mas sim por causa da representação que motivou as pessoas a irem às ruas, como aconteceram poucos anos antes na capital do império nacional.

Se no Rio de Janeiro a imprensa teve apoio em aclamar o público a ir à rua, em Curitiba a função ficou por conta dos comerciantes, que distribui mensagens para que o povo entrasse em apoio aos movimentos. Interessante notar que membros do governo que não apoiavam os ideais também aderiram aos atos. Mesmo com os intensos passos os manifestantes não conseguiram revogar a lei. 

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Categoria(s) do artigo:
História

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