Fernão Capelo Gaivota (Richard Bach)

“Ao verdadeiro Fernão Capelo Gaivota que vive em todos nós”. É com esta frase instigante que Richard Bach abre seu livro “Jonathan Livingston Seagull – a story”, originalmente publicado em 1970, nos Estados Unidos, e lançado no Brasil pela editora Nórdica como “A História de Fernão Capelo Gaivota”. Bach, escritor americano nascido em 1936, foi piloto reserva da Força Aérea daquele país e, por isso, praticamente todos os seus livros abordam, de uma forma ou de outra, o voo.

Este livro é uma metáfora espiritual, que usa uma gaivota para representar o homem e a busca de seus sonhos, mesmo em meio a milhares de obstáculos. Em diversos episódios, demonstra como a busca do “paraíso”, no sentido de ir atrás de sua missão, é estar o mais próximo possível da “Grande Gaivota”, alegoria de Deus.

Em “A História de Fernão Capelo Gaivota”, primeiro a personagem entra numa frustração imensa ao perceber que voar só para se movimentar (em busca de comida e sobrevivência) é uma missão muito pequena para ele, que quer mais. Muito mais! Voar fazendo acrobacias, conhecer outras alturas, outras experiências, outras histórias, outros mundos.

Mas, para ir atrás de seus sonhos, acaba transgredindo as regras sociais do grupo, de ordem e obediência, e, como todo transgressor, também é taxado de louco e expulso do bando. Sozinho, ele é tomado, não pelo medo, mas pela paixão em experimentar voos de todo o tipo e descobrir novas sensações.

“Então o paraíso é isto”. Assim começa a segunda parte do livro, quando Fernão Capelo Gaivota finalmente encontra uma sociedade em as gaivotas são apaixonadas por voar, assim como ele. O processo é de aprendizagem contínua entre todos, bem como a prática do incentivo, da bondade, do respeito e do amor.

A terceira e última parte mostra, enfim, o retorno de Fernão à terra natal. Ele perdoa sua comunidade e começa a ensinar outros “banidos” a voar por prazer. “Se o destino é o infinito, o caminho é nas alturas!”.

Ele também virou filme e transformou o livro de Richard Bach em um best-seller: foram 40 milhões de cópias vendidas em 70 países. Com trilha sonora de Neil Diamond, o vídeo também faz uma metáfora entre a vida do ser humano e a da gaivota. Uma história sobre a liberdade de ser quem você é, os aprendizados que levam à maturidade, respeito à diversidade e a compreensão do outro.

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Categoria(s) do artigo:
Literatura

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