A Venezuela, oficialmente República Bolivariana da Venezuela, se localiza na América do Sul, tendo em seu território uma parte continental, e diversas ilhas localizadas no Mar do Caribe. A área de extensão do país é de 916455 quilômetros quadrados, possuindo a trigésima segunda maior extensão territorial de um país no mundo. Além disso, possui zonas marítimas, com jurisdição de 71.295 km² de mar territorial (águas costeiras), 22.224 km² localizado na Zona contígua, 471.507 km² da zona do Mar do Caribe, e 99.889 km² de plataforma continental (fundos marinhos).
Faz fronteira com o Mar do Caribe pelo norte, com a Colômbia ao oeste, com o Brasil ao sul e com a Guiana ao leste, sendo esse um país com quem mantém diversas disputas territoriais. A população estimada do país é de 31980000 pelo senso de 2017, e a capital do país, Carancas, possui cerca de 2,082000 habitantes.
A bandeira do país apresenta as cores amarelo, azul e vermelho, tendo como significado o amarelo a riqueza de suas terras, o azul sendo o mar e céu, e o vermelho o sangue que os heróis da independência derramaram.
O país é muito conhecido internacionalmente pelas suas reservas de petróleo, além de possuir uma diversidade ambiental riquíssima, com muitos recursos naturais, se enquadrando em uma das nações megadiversas (no total há 17 países que são considerados megadiversos, devido a sua biodiversidade). Na Venezuela há muita variedade de fauna e flora e também de habitats protegidos.
Atualmente o país se tornou ainda mais conhecido pela intensa crise que ele enfrenta uma crise socioeconômica e política, que apresentou hiperinflação, criminalidade elevada, censura da imprensa e escassez de produtos básicos, e que tem chocado o mundo cada dia mais com as notícias que chegam até a população mundial.
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História da Venezuela: Primeiro Contato com Exploradores
Os primeiros exploradores europeus que pisaram no solo venezuelano foram Alonso de Ojeda, Juan de la Cosa e Américo Vespúcio, que chegaram ao local no ano de 1499.
Há duas histórias para explicar o nome escolhido para o país, a primeira versão é a mais conhecida, e conta que os nativos do território viviam em casas construídas sobre palafitas, fixas no lago. Américo Vespúcio ao se deparar com a imagem lembrou-se da cidade de Veneza, e então decidiu chamar o local de Venezuela, que quer dizer “Pequena Veneza”. Já a segunda versão é dada por Martín Fernández de Enciso, que era um geógrafo que estava na expedição, ele conta que próximo ao logo que avistaram existia uma rocha plana, onde acima dela viviam uns povoados chamados Veneciuela, e que o nome Venezuela vem da linguagem nativa.
Os povos que ali habitavam antes da exploração eram os índios cumanagotos, os aruaques e os caribes.
A colonização no país teve início no ano de 1520, começando pela região costeira e pelas ilhas, logo se fundou a cidade de Caracas, no ano de 1567, e ela se tornou o centro mais importante do país. O território passou a ser o Vice-Reino do Peru. No ano de 1776 o local em que hoje é a Venezuela se tornou capitania geral do Império Espanhol.
Período da Grã-Colômbia e a Independência
O país pertencia ao Império Espanhol, esse, por volta do ano de 1808, começou a passar por algumas crises institucionais, tais crises impulsionaram as colônias espanholas localizadas nas Américas a começarem movimentos pela libertação.
No dia 19 do mês de abril do ano de 1810, ocorre na cidade de Caracas a primeira tentativa de proclamar a independência da Venezuela, e inicia então uma guerra pela independência do país, tendo como os líderes principais Simón Bolívar e Francisco de Paula Santander.
A independência foi proclamada no dia 5 de Julho de 1811, porém as lutas contra forças espanholas se estenderam até o ano de 1821. Em 1819 Venezuela entra para a Grã-Colômbia.
A Grã-Colômbia era formada pelo território da Venezuela e por Nova Granada, e depois se incorporou também o território do Equador e Panamá. Mas a duração da união não foi das mais longas, logo começou haver divergências de opiniões, que culminaram na separação dessa e constituição de duas Repúblicas novas, uma delas sendo constituída pela Venezuela e o Equador.
Em 1830 Equador e Venezuela se separam e tornam-se Repúblicas com o território que conhecemos hoje. A partir de então, ele se tornou uma oligarquia de governo conservador, que durou até o ano de 1848. Depois foi a vez dos ditadores Monagas governarem, se mantendo no poder por 10 anos.
Em 1858 inicia uma revolução no país, sendo Julián Castro seu principal líder, tal revolução levou a um período de instabilidade, que piorou após o ano de 1864, quando foi estabelecida no país uma constituição federalista. O país esteve em uma guerra civil entre esses anos, até meados de 1870. Após isso assume um governo liberal, com Antonio Guzmán Blanco no poder, que governa o país de forma autoritária até 1888, combatendo o analfabetismo e a influência da Igreja Católica, e investindo em obras públicas.
Com o término do governo liberal inicia no país períodos de ditadura militar, com o governo de Cipriano Castro, que governou o país seguindo políticas externas agressivas, que levaram o país a sofrer ataques em seus portos pela Itália, Alemanha e Inglaterra.
O Século XX
Cipriano Castro se manteve no governo de 1899 até 1908, quando foi deposto por Juan Vicente Gómez, que se tornou o novo ditador, Gómez governou o país por 27 anos. No seu governo iniciaram as explorações das jazidas de petróleo do país, no ano de 1922. Em 1935 assume o governo um novo general, Isaías Medina Angarita, que irá perder o seu poder no ano de 1945.
Nesse ano o país passa a ser governado de maneira democrática, após ações do partido Acción Democrática, que conseguiram colocar o seu fundador, Rómulo Batancourt, como presidente provisório até que se fizessem eleições livres. As eleições ocorreram em 1947, e o vencedor foi Rómulo Gallegos, um escritor. Porém o seu tempo de poder foi curto, já que foi retirado do poder pelos militares em 1953, e iniciou-se a ditadura de Pérez Jiménez, que durou até o ano de 1958.
A partir de então iniciou no país um esforço para estabelecer de vez a democracia, foi criado o Pacto de Punto Fijo, onde os três principais partidos políticos do país assinaram. Com isso o país passaria por quatro décadas de dominação dos partidos democratas.
No ano de 1960 o país passou por movimentos guerrilheiros, com a divisão do partido Ação Democráticos, que iam contra as ideias do presidente Rafael Caldera, que assumiu o governo em 1969. No ano de 1973 é eleito Carlos Andrés Pérez, nesse mesmo ano, ocorre a crise de petróleo de 1973, que levou a renda do país a subir muito, com o aumento do preço do petróleo.
Em 1976 as indústrias petrolíferas passaram a ser nacionalizado, o que gerou gastos públicos e aumento da dívida externa do país, tal dívida se perdurou até 1980, quando houve um colapso do preço do petróleo, que levou o país a ser prejudicado economicamente. Com uma dívida externa grande, o governo decide desvalorizar a moeda nacional, para que conseguisse cumprir com suas obrigações, isso causa uma mudança drástica no estilo de vida dos venezuelanos.
Logo o país se torna mais perigoso, os políticos mais corruptos, e a pobreza e instabilidade política começa a crescer. Essa crise culmina em diversos problemas para o país. A população se revolta e acontecem os distúrbios de Caracazo, movimento em repúdio ao governo, porém que deixou centenas de mortos, no ano de 1989. Em 1992 ocorrem duas tentativas de golpe de estado, uma delas organizada pelo tenente e coronel Hugo Chávez. No ano de 1993 o presidente Carlos Andrés Pérez passa por um impeachment, que é substituído por Rafael Caldera, que perdoa Chávez pela tentativa de golpe, e reestabelece seus direitos políticos, Chávez então deixa de ser militar e passa a se dedicar a política.
A Revolução Bolivariana
Com a crise existente, os partidos comuns já não transmitiam mais confiança, Hugo Chávez viu ali a oportunidade de se eleger presidente, e assim o fez no ano de 1998. Ele deu início ao que ele chamou de “Revolução Bolivariana”, que desejava implantar mudanças no país. As medidas tomadas iniciaram em 1999, quando em uma Assembleia Constituinte escreveu a nova Constituição da Venezuela.
Em abril do ano de 2002 ocorre um golpe, e Chávez é expulso do poder, mas ele recupera seu poder em apenas dois dias, após protestos. Durante o governo de Chávez houve uma greve geral nacional, que foi de dezembro do ano de 2002 até fevereiro de 2003, e também uma greve na companhia de petróleo estatal. Com as greves o país vê se com um enorme problema econômico, que levou a queda de 27 por cento do PIB do país.
O país passa por diversas desvalorizações da moeda, para tentar conter a crise econômica, essas desvalorizações prejudicam os moradores do país, que importam a maioria dos produtos que consomem. O governo de Chávez foi marcado por diversos testes políticos, e ele sobreviveu a todos eles, sendo reeleito no ano de 2006 e também em 2013, esse terceiro mandato não teve tempo de ser empossado, pois Chávez morreu, no dia 5 de março de 2013, devido a um câncer.
Após a morte de Chávez, Nicolás Maduro, que era seu vice-presidente, ganhou as eleições e desde então é o presidente do país. Na eleição de 2018 ele não foi bem aceito, a oposição não reconheceu as eleições, assim como a maioria da comunidade internacional. A Organização dos Estados Americanos considerou seu governo ilegítimo em 2019 e mais de 60 países do mundo, incluindo o Brasil, reconhecem Guaidó, líder da oposição, como presidente do país.
Como funciona a Política na Venezuela?
Sendo atualmente uma república federal e presidencialista, o poder executivo recai totalmente sobre o presidente da República, sendo que esse é eleito por sufrágio universal (voto da maioria dos cidadãos), com um mandato de seis anos, podendo ser reeleito quantas vezes desejar. O presidente é chefe de Estado e chefe de governo, além de Comandante Supremo das Forças Armadas. O presidente tem a função de nomear o vice-presidente e os ministros.
A Assembleia nacional possui o poder legislativo, e é composta por 167 membros, sendo 3 deles representantes de indígenas. Os participantes da Assembleia são eleitos por cinco anos, e podem ser reeleitos mais duas vezes. É a Assembleia Nacional que aprova leis, orçamentos, e designa embaixadores do país.
O Supremo Tribunal de Justiça é o maior possuidor do poder judiciário, possui 36 membros e eles são eleitos por um mandato único, com duração de doze anos, tais membros são escolhidos pela Assembleia Nacional.
O país, que é dividido em estados, conta com um governador que é eleito por um período de quatro anos, e cada estado possui também um Conselho Legislativo. Já os municípios possuem o alcalde, que é prefeito da Câmara Municipal, e que são eleitos por períodos de quatro anos.
Os partidos políticos do país que dominavam o seu cenário eram o Acción Democrática (fundado em 1941), o Partido Social Cristiano (fundado em 1496), o Partido Socialista Unido da Venezuela, o Um Nuevo Tiempo (fundado em 2000), o Primero Justicia (fundado em 2000), e o Moviemento al Socialismo. Em 2007 Hugo Chávez cria o Partido Socialista Unificado Venezuelano, que se torna o principal partido do país.
A participação da população na política se dá através dos conselhos comunais, instituídos em comunidades, com aproximadamente 200 famílias, eles decidem através desse conselho o que deve ser executado naquela comunidade. Esses grupos tem forte influência na politica, propondo e aprovando leis.
Atualmente a ONU considera que o país está em “estado de exceção”, indo contra a democracia, devido a acusações de tortura e ameaças a opositores pelo governo.
Entenda a Crise na Venezuela
Ao longo da história do país, ele passou por diversos momentos de crise. Atualmente, ele está enfrentando a pior recessão de sua história, que já dura mais de cinco anos, tendo seu início o final do governo de Hugo Chávez, no ano de 2013.
O país passa por falta de alimentos, energia elétrica e insumos básicos para uma vida digna, e a maioria da sua população tem vivido com recursos extremamente escassos. O PIB do país caiu 37 por cento entre o ano de 2013 a 2017.
As instabilidades no país já ocorriam desde a Revolução Bolivariana, mas um dos principais agravantes dela foi à queda do preço do petróleo, que é o principal recurso de exportação e de sustento do país, e toda a economia era baseada na cadeia petrolífera. Com isso o país passou por uma hiperinflação, e os supermercados começaram a ser racionados. Alimentos são racionados, o leite, por exemplo, cada morador do país só pode comprar dois litros de leite por vez, sendo monitorado pelo seu RG.
Com a crise a natalidade aumentou, pois pararam de se vender anticoncepcionais, além de outros medicamentos básicos. O país passa por um intenso aumento da criminalidade, e os policiais passaram a ser mais agressivos, utilizando de violência desnecessária em alguns casos, como manifestações pacíficas. O presidente Nicolás Maduro tem sido alvo de protestos da população, em 2017 ele retirou os poderes do Congresso que era formado por opositores seu.
A má gestão e a restrição de investimentos causaram problemas na estatal do Petróleo de Venezuela, o que agravou mais ainda a situação. Em 1999 o país produzia mais de 3 milhões de barris de petróleo por dia, agora, a produção caiu para menos da metade desse número.
Aprofundando: A crise do petróleo: Nos anos 2000, o valor do barril de petróleo era superior a 100 dólares americanos. Em 2008 esse valor atingiu 138 dólares. Em 2014 a cotação do petróleo começou a cair, em 2015 já estava próximo de 50 dólares, e em 2016 esse valor era menor que 30 dólares. Tais desvalorizações ocorreram por diversos motivos, sendo os principais:
- Crise na Europa e desaceleração na economia chinesa, que causaram menor demanda do produto, consequentemente o preço tem que abaixar;
- Extração do óleo e gás de xisto, novo tipo de produto que compete diretamente com o petróleo;
- A crise diplomática entre a Arábia Saudita e o Irã;
- Os países da OPEP se recusam a reduzir a produção (redução da oferta devido a redução da demanda), ao invés disso preferem vender o produto por valores mais baixos, para tentar inviabilizar a concorrência.
A Dependência do País em Importações
Desde que se iniciou a exploração do petróleo na Venezuela, o país não desenvolveu outras atividades econômicas, como agricultura e indústria, com o governo de Chávez, ele decidiu nacionalizar algumas indústrias maiores, e também expropriou as propriedades rurais, com isso tudo, todos os recursos do país passaram a serem importados. E quando se fala em dependência, ele é extremamente real, o país depende de importações para bem básicos, como alimentos e medicamentos.
Em 2017 o país simplesmente não possuía mais dinheiro para realizar as importações, e a população começou a passar pelo desabastecimento massivo, que gerou o racionamento de itens essenciais, além de uma elevação imensa nos produtos.
Com a falta de dinheiro e o aumento dos preços, a população empobreceu de maneira significativa. Para ter uma noção, quando Hugo Chávez assumiu o poder, 48,6% da população se encontrava na linha da pobreza, no ano de 2011 esse número havia sido reduzido para 29,5%. Em 2018 esse número atinge 87%.
A Hiperinflação
A inflação (aumento dos preços dos bens na economia) é algo existente em todos os países, mas na Venezuela ela ultrapassa a casa dos milhões, o que não é nada normal. Em 2018 a inflação foi de 1.700.000%. Para comparação, o Brasil, que não é o melhor país do mundo economicamente, teve sua inflação de 2018 em 3,75%. O segundo país com maior inflação da América Latina em 2018 foi à Argentina, que ficou em 47,6%.
Quando a inflação começou a subir, o governo buscou medidas para tentar o controle da mesma, mas acontece que as medidas foram equivocadas, decidindo emitir mais dinheiro para cobrir o rombo das contas públicas e também restringir a população a comprar dólares, que levou a um mercado clandestino, tais medidas alavancaram tal aumento. Com a hiperinflação o dinheiro parou de circular, pois tudo ficou muito caro e a população quase não consegue comprar nada.
A Crise Política
Outro ponto que afunda o país é a divisão política, ele basicamente possui dois grupos, os chavistas e os opositores.
Para os chavistas a população precisa participar mais da política, e se baseia em partes no socialismo. O partido fundado por Hugo Chávez está no poder do país desde 2009. Nicolás Maduro foi o representante do partido que assumiu quando Chávez morreu, prometendo dar continuidade às políticas de Chávez. Mas ele tomou diversas medidas equivocadas, que trouxe problemas de aceitação pela população. Em 2015 o parlamento foi constituído totalmente por seus opositores, como solução ele decidiu reduzir o poder legislativo.
Nas eleições de 2018, devido a intensos protestos e a falta de crença no governo, 54% da população não compareceu as votações. Maduro foi eleito, porém tanto a oposição como diversos países não consideraram as eleições legítimas, já que a maioria da população não votou.
A oposição ainda acusa o governo de coagir os pobres, pois foi prometido um benefício para aqueles que fossem votar. Com isso o país foi suspenso da Organização dos Estados Americanos, pela ilegitimidade das eleições e desrespeito a Carta Democrática Interamericana. O presidente americano decretou sanções econômicas com o país, restringindo assim as relações econômicas entre eles.
Relação Entre Brasil e Venezuela
Sendo um país que faz fronteira com a Venezuela, o Brasil tem recebido muitos imigrantes vindos da Venezuela. Nas cidades que receberem maior número de imigrantes, houve alguns problemas, como falta de moradia e dificuldade no atendimento nos serviços públicos. Roraima solicitou em 2018 que fechassem as fronteiras do país por período temporário.
Mas nem todo o estado tem sido tão rigorosos com os venezuelanos, Santa Catarina tem recebido os imigrantes que chegam a Roraima, e são levados ao estado por meio de aviões da Força Aérea Brasileira. Lá há abrigos para recebê-los, com atendimento médico, e criação de documentos como a criação da carteira de trabalho.
A chegada dos imigrantes tem causado um alto índice de xenofobia no país, mas por vezes também mostra a face dos brasileiros e em como são caridosos com o próximo, com diversos casos de brasileiros ajudando venezuelanos.
As Relações Internacionais da Venezuela
Até meados do século XX o país mantinha relações amistosas com os países da América Latina e do Ocidente. Em 2002 há um estreitamento da relação com os Estados Unidos, que gera o fortalecimento de laços com países que não são aliados dos Estados Unidos.
O país tentou se integrar a outros, criando alianças como a Aliança Bolivariana para as Américas, dentro da Organização dos Estados Americanos (da qual ela foi expulsa em 2018) ela tenta incentivar a anti-corrupção, além de se esforçar para trabalhar no Mercosul, buscando se aliar aos países de Terceiro Mundo.
No ano de 2015 o presidente dos Estados Unidos, declarou que o governo venezuelano era uma ameaça a segurança nacional do seu governo. O país foi expulso do Mercosul em dezembro de 2016, devido a não adesão de todas as técnicas exigidas para o bem de todos os países integrantes.
A Geografia da Venezuela
O país possui uma área total de 916445 km², sendo que a área terreste é de 882 050 km², possuindo mais de 2800 km de costa.
Suas paisagens são diversas, é contemplado com a cordilheira dos Andes, que vai do nordeste até o noroeste do país região onde se ponto mais alto do país, o Pico Bolívar, com 4974 m de altura. A parte central do país é de extensas planícies, chamadas de llanos. A parte sul é chamada de região Guayana, e contém parte da Bacia Amazônica, nesse local está localizada a maior cachoeira do mundo, chamada Salto Ángel, com 979 metros de queda.
O principal rio do país é o Orinoco, originado em uma das maiores bacias hidrográficas da América Latina. Há também os rios Caroni e o Apure. A região chamada de Insular abrange as ilhas do país.
O Clima da Venezuela
Apesar de ser um país situado nos trópicos, seu clima tem variações com as planícies úmidas de baixa altitude, com temperatura média variam pelas regiões, podendo ser cerca de 28º C em locais quentes, e de 8º C nas geleiras e regiões montanhosas.
A precipitação varia também de acordo com as regiões, na parte nordeste que é semiárida, fica em torno de 430 mm, já no oriente do país, próximo ao rio Orinoco é cerca de 1000 mm. As chuvas ocorrem mais entre os meses de junho e outubro, época que é chamada de inverno, já o restante dos meses tem períodos secos e quentes e é chamado de verão.
A Venezuela se divide em quatro zonas de temperatura, onde se dividem em climas: tropical, seco, temperado com invernos secos, e o clima polar (ou tundra alpina), com algumas variações. Na parte tropical as temperaturas são elevadas, atingindo média de 20º C. A parte temperada é onde ficam a maioria das cidades do país, e as médias de temperatura são de 12º a 25° C. Os Andes venezuelanos, no clima polar, por vezes são cobertos de neve com médias anuais abaixo de 8° C.
A Biodiversidade da Venezuela
Grande parte do país é coberto por florestas úmidas, com folhas grandes, localizada na região neotropical, ela é considerada um dos 17 países megadiversos do mundo. Seus habitats variam desde as montanhas pertencentes aos Andes, até a Bacia Amazônica, possuindo também cerrados, florestas de mangue, litoral e florestas tropicais.
A fauna do país é muito diversificada, possuindo espécies pouco conhecidas como o boto-cor-de-rosa, a preguiça de coleira, o peixe-boi, a preguiça de três dedos e o crocodilo do Orinoco. Possui 1417 aves em seu país, sendo 48 delas endémicas (só existem no local), o turpial é considerada a ave nacional da Venezuela. Dentre os mamíferos há a capivara, o tamanduá bandeira e a onça pintada. A maioria das espécies se encontra na parte da floresta Amazônica. Há cerca de 3900 espécies de fungos registrados no país.
A flora do país também é diversa, há mais de 25000 espécies de orquídeas, que estão espalhadas nas florestas de várzea. A flor de mayo é considerada a flor nacional venezuelana. A árvore nacional é o Ipê amarelo, chamado no país de araguaney.
Se tratando de espécies endémicas o país possui uma imensa diversidade também. 23% dos répteis e 50% dos anfíbios presentes no país são endêmicos. 1334 espécies de fungo também são endémicas. Mais de 21 mil espécies de plantas são exclusivas dos territórios venezuelanos.
O país possui diversas zonas de conservação, com 200 áreas protegidas, sendo 43 delas parques nacionais. Apesar disso cresce o número de desmatamento devido a madeireiras, agricultura e outras atividades humanas.
Demografia da Venezuela
Cerca de 85% da população da Venezuela vive nas áreas urbanas, que se concentram na parte norte do país. A cidade de Caracas é a mais habitada do país, e também a maior em extensão. Outras cidades populosas são Barquisimeto, Ciudad Guayana, Maracay, Valência, Maracaibo e Barcelona-Puerto La Cruz. As áreas próximas ao rio Orinoco contém somente 5% da população.
O país possui uma das maiores taxas de violência urbana do mundo. A estimativa é de um assassinato a cada 21 minutos, os crimes ocorrem de maneira tão corriqueira que o governo não divulga mais dados sobre. A taxa de homicídio é uma das mais altas do mundo, o número de mortos no país são semelhantes a de guerra, mesmo passando por período de paz.
A língua oficial é o espanhol, porém a população também conhece várias línguas dos povos nativos indígenas e também de estrangeiros.
Durante a colonização espanhola, houve a miscigenação entre os índios, os europeus e os africanos. Sendo a maioria da população descendente desses grupos. 49,9% da população se consideram multirracial, 42,2% se consideram descendente de europeus, 3,5% se considera descendentes de africanos, e 2,7% descendentes dos ameríndios.
A religião no país é predominada pelo catolicismo romano, trazido pelos europeus, sendo que 85,7% da população se denominam católicos. O país determina em sua Constituição a liberdade religiosa, e há diversas outras no país, como os protestantes, sendo 12% da população, judeus e mulçumanos, além daqueles que praticam religiões indígenas. É comum no país haver o sincretismo de duas ou mais religiões.
A Divisão dos Estados e Regiões
O país conta com 23 estados e um Distrito Capital, mais as Dependências Federais (as ilhas e ilhotas, somando 72 no total). Conta ainda com um território em reinvindicação com a Guiana.
Os estados do país são: Amazonas, Anzoátegui, Apure, Aragua, Barinas, Bolívar, Carabobo, Cojedes, Delta, Falcón, Guárico, Lara, Mérida, Miranda, Monagas, Nueva Esparta, Portuguesa, Sucre, Táchira, Trujillo, Yaracuy, Vargas e Zulia.
Há também a divisão que agrupa os estados em nove regiões administrativas, sendo elas:
- Andes (composta por Mérida, Trujillo e Barinas);
- Capital (Composta por Miranda, Vargas e Distrito Capital Caracas);
- Central (composta por Aragua, Carabobo e Cojedes);
- Centro-oeste (composta por Falcón, Lara, Portuguesa e Yaracuy);
- Guayana (composta por Bolívar, Amazonas e Delta Amacuro);
- Insular (composta por Nueva Esparta e as Dependências Federais);
- Llanos (composta por Apure, exceto o município Páez e Guárico);
- Nordeste (composta por Anzoátegui, Monagas e Sucre);
- Zuliana (composta por Zulia);
- Sudoeste (composta por Táchira e o município Páez).
Infraestrutura da Venezuela
A educação se divide em quatro níveis, sendo eles: o pré-escolar, o primário, o secundário e o nível superior. Sendo os três primeiros níveis de caráter obrigatório, que vão dos 6 aos 15 anos. O nível superior pode ser feito através de universidades administradas pelo Estado. Em 2008 foi apontado que 95,7% da população era alfabetizada, sendo um número bem significativo. Os universitários do país geralmente vão para outros países após se formarem, devido aos problemas na economia e grande criminalidade.
Em 2004 o país apresentava uma taxa de mortalidade infantil bem abaixo da média da América do Sul, mas com o agravamento da crise esses números aumentaram. Cerca de 32% dos venezuelanos não possuem saneamento básico, e 17% não possui acesso a água potável. Os turistas que pretendem visitar o país devem se vacinar contra diversas doenças. Apenas 3% dos doentes nas áreas rurais são tratados. O governo da Venezuela tenta criar um sistema de saúde gratuito, mas nada ainda foi implantado.
O país conta com grandes aeroportos, e também forte uso dos portos. O transporte entre fronteiras pelo solo é limitado. O sistema ferroviário do país também é limitado, e apesar da tentativa de investimento nessa área durante o governo de Chávez, porém não foi implementado pelo alto preço. O país conta com metrôs em diversas cidades, e as rodovias possuem cerca de 100 mil quilômetros de extensão.
A energia do país é em sua maioria fornecida por hidrelétricas, cerca de 68,13%, a maioria vindo de estatais, como a Corporación Venezolana de Guayana/Electrificación del, que coordenada a hidrelétrica de Guri, a maior do país.
Cultura da Venezuela
A cultura atual do país possui traços dos espanhóis, dos ameríndios e dos africanos que viveram ali durante a colonização. É comum no país o sincretismo cultural, como é na maioria dos países da América Latina. Porém no país a influência indígena não é tão forte, assim como a africana, que estão mais presentes na gastronomia, nome dos lugares, e instrumentos musicais. No país predominou a influência espanhola. Sendo que a música, a religião, a arquitetura, tudo se baseia de maneira majoritária nessa cultura.
O esporte mais popular no país é o beisebol, com a liga profissional existindo desde 1945. Além dele o basquete e o futebol são bem comuns.