Nos últimos anos temos ouvido falar muito sobre aquecimento global e sobre a subida do nível dos oceanos, o segundo é uma consequência do primeiro. O nível dos oceanos está registrando aumentos recorde, o que tem feito com que as regiões costeiras fiquem ainda mais vulneráveis às condições meteorológicas extremas como tufões, por exemplo.
Relação Entre Mudanças Climáticas e Ciclones
Os especialistas apontam que a devastação das Filipinas causada pelo tufão Haiyan tem ligação com as mudanças climáticas. O tufão, que atingiu o país em 2013, foi um dos mais fortes ciclones tropicais dos últimos tempos. O consenso é de que os ciclones tropicais não podem ser ligados diretamente com as mudanças do clima, porém, os níveis mais altos do mar deixam as populações costeiras mais vulneráveis a tempestades.
A questão ainda é tratada como em aberto pelos cientistas, porém, já se pode afirmar que esse tipo de eventos se tornará cada vez mais intenso e frequente devido ao aquecimento global. Vale ressaltar que no mês de março do ano de 2013, ano do tufão, os níveis das águas do mar atingiram um novo recorde.
A média do aumento foi de 3,2 milímetros por ano, esse aumento é o dobro da tendência apontada no século 20, que era de 1.16 milímetros por ano. Nas Filipinas, o cenário do tufão foi devastador, os níveis tiveram um aumento, em média, 4 vezes do que o resto do planeta. Esse é, para os especialistas, um dos principais fatores que desencadeou tamanha destruição.
Os Níveis dos Oceanos no Mundo
Um dado importante de destacar quando se fala sobre os níveis das águas dos oceanos é que eles não são uniformes no mundo. Dentre os fatores que têm relevância estão a pressão atmosférica, as correntes marítimas, bem como a sedimentação que é causada por fontes subterrâneas de água.
Os Gases de Efeito Estufa
O grande combustível para o aquecimento global é, com certeza, a emissão de gases de efeito estufa. Relatórios científicos apontam que as concentrações desses gases tiveram um recorde de 393,1 partes por milhão, o que significa um aumento de 2,2 partes por milhão se comparado com o ano anterior a pesquisa realizada em 2012.
Quando comparamos com o ano de 1750, início da Revolução Industrial, o aumento é de 14%. Como as concentrações desses gases apenas têm feito crescer nos últimos anos não se tem expectativa de um decréscimo, espera-se que o clima fique ainda mais quente conforme o tempo for passando. O ano de 2013 foi o mais quente da história desde que a pesquisa começou a ser feita em 1850.
O Aumento de Temperatura na Terra e nos Oceanos
O aumento da temperatura medida na terra e no oceano teve um aumento de 0,48 grau Celsius mais elevada do que a média medida entre os anos de 1961 e 1990. Em geral, todas as regiões do planeta registraram aumento de temperaturas acima da média, porém, alguns pontos se destacaram como a Austrália, nordeste da América do Sul, norte da América do Norte, maior parte da Eurásia e norte da África.
Para que as temperaturas parem de subir nos próximos anos, é necessário que haja mais controle das emissões de gases de efeito estufa. Do contrário, o mundo enfrentará problemas devastadores. Dentre as possibilidades alarmantes para o futuro estão as megatempestades, ondas de calor, perda de safras, falta de água potável, extinção de diversas espécies, derretimento das calotas polares, entre outras consequências.
Derretimento das Calotas Polares e o Nível dos Oceanos
Muito se fala a respeito do aquecimento global, porém, esse ainda é um problema abstrato para grande parte da população mundial. A pergunta que todos se fazem é se realmente o derretimento das calotas polares pode mesmo fazer o nível dos oceanos subir.
Para começar a responder a essa questão, é importante que destaquemos que nos últimos 100 anos a Terra teve um aumento de 0,5°C. Pode ser que não pareça muito, porém, esse meio grau pode ter um efeito verdadeiramente catastrófico. Nesses mesmos últimos 100 anos o nível do mar subiu entre 15 e 20 cm.
Os Icebergs e o Aumento do Nível dos Oceanos
O aumento da temperatura pode ser o responsável pelo derretimento de icebergs flutuantes. Esses grandes pedaços de gelo flutuantes deslocam um volume de água igual ao seu próprio peso. Apesar disso, o papel dos icebergs na elevação dos níveis do oceano pode ser relativamente pequeno. Basicamente, um iceberg é um pedaço de uma geleira que se desprendeu da mesma e que se separou das massas de terra caindo no oceano.
O aumento da temperatura pode estar contribuindo para que mais icebergs se formem e, com isso, as geleiras se tornem mais fracas, criando rachaduras, o que aumenta as chances de que o gelo de quebre. O gelo que se quebra cai no oceano e, em consequência, aumenta o nível do mesmo, fazendo com que ele se eleve.
O Risco Real do Derretimento das Calotas Polares
Como bem dissemos, até agora o aumento da temperatura tem mesmo afetado as geleiras e os icebergs. Seguindo essa lógica, as calotas polares podem também ser afetadas fazendo com que o nível dos oceanos se eleve de forma significativa. A incerteza, na verdade, paira sobre o fato de que ninguém sabe efetivamente quando isso realmente irá acontecer. Cerca de 90% do gelo e 70% da água potável total do planeta se concentram na Antártica, no Pólo Sul.
A cobertura de gelo da Antártica tem uma espessura média de 2.133 metros. Com isso, podemos concluir que no caso de haver um derretimento, o nível do oceano subiria em torno de 61 metros. Porém, podemos ficar mais tranquilos observando que a temperatura média na Antártida é de -37°C, o que não oferece risco de derretimento da geleira, em geral as temperaturas do continente nunca ficam acima de zero.
Entretanto, devemos olhar para o Pólo Norte em que o gelo é bem menos espesso, porém, há que se observar que o gelo está flutuando de forma que os níveis do mar não seriam afetados em caso de derretimento. O risco está mesmo na grande quantidade de gelo da Groenlândia que apresenta temperaturas mais elevadas uma vez que se encontra mais próxima da linha do Equador. Se o gelo da Groenlândia derretesse acrescentaria mais 7 metros aos oceanos.
O Nosso Planeta
A despeito do que já se tem dito, escrito e produzido a respeito do assunto, muitos ainda estão alienados do que está acontecendo ao nosso planeta, julgando que tudo não passa de um extremismo por parte de algumas ONGs. Contudo, embora a questão do meio ambiente e sua proteção não sejam um tema atual – já que há mais de dez anos se fala a respeito de mudanças necessárias nesse sentido – é preciso que estejamos atentos a pequenos gestos e atitudes que podem fazer toda a diferença para nossos filhos e netos.
Acima de qualquer coisa, é necessário que desenvolvamos a prática da separação do lixo, fazendo uma “coleta seletiva” colocando cada tipo de lixo em embalagem própria. Vidros, metais, plásticos, papéis e materiais orgânicos devem ser separados, a fim de facilitar o trabalho daqueles que atuam na reciclagem do lixo.
Outra coisa aparentemente muito simples, mas muito relevante é a prática de cultivarmos plantas, tendo nosso próprio jardim ou quintal, ou – para os que moram em apartamentos, termos nossa própria planta ornamental em casa. Esse pequeno gesto estará contribuindo para a purificação do ar que respiramos. Se conscientizarmos os moradores de nossa rua e de nosso bairro a que plantem árvores e se o fizermos dentro da realidade de nosso contexto social (de acordo com a geografia local) já estaremos em muito ajudando o meio ambiente e nossos descendentes.