Filosofia, a boa Filha à Casa Torna

A Filosofia

O que difere o ser humano dos animais? Poderíamos, em um primeiro momento, apontar a fala como um diferencial, no entanto, muitos poderiam questionar: mas é o papagaio? Ele não fala? Realmente, ele fala, mas repete, e jamais o papagaio será capaz de refletir sobre o que fala. Essa capacidade de refletir é o nosso maior legado, o nosso maior trunfo, porém, quantos homens e mulheres “papagaios”, existem por aí, não é?

Filosofia, a boa Filha à Casa Torna

Filosofia, a boa Filha à Casa Torna

São aquelas pessoas que vivem a vida inteira repetindo o que os outros falam, sendo incapazes de sequer questionar porque agem sempre da mesma maneira. Enfim, são aqueles que passam pela vida, mas efetivamente não vivem. A respeito disso, o filósofo grego Sócrates, disse algo muito pertinente. Acusado de corromper a juventude, afirmava que era impossível para ele desistir da filosofia, pois uma vida não examinada não merecia ser vivida. Sim, o maior instrumento que o homem tem para botar para funcionar o cérebro é a filosofia.

A filosofia que vem da junção dos termos filos, que significa amor e sophia, sabedoria e surgiu nos séculos VII e VI a.C., nas cidades gregas localizadas na Ásia Menor. Na ocasião, procurava tentar entender os mitos gregos e de todas as religiões que influenciavam a Ásia Menor e teve em Sócrates um de seus maiores divulgadores. O pensamento filosófico exige a demonstração e a prova e pode ser contestado, pode ser questionado. Nesse aspecto, não basta defender um ponto de vista, é preciso bancá-lo, por meio de um raciocínio lógico, de muita argumentação, mas sem dogmas e sem certezas. Nesse processo, a pessoa aprende a pensar com clareza e autonomia.

A Importância

Sobre

Sobre

A filosofia reveste-se de importância porque ela serve para o ser humano questionar, tanto sua própria existência, quanto sua participação na sociedade, que implica no pleno desenvolvimento de sua cidadania. Até por ter como finalidade desenvolver seres autônomos, ela foi vista como algo “muito perigoso”, ao longo da história da humanidade, pelos detentores do poder. Depois de 47 anos de obscurantismo, a filosofia volta a ser lecionada nas escolas brasileiras

Não foi por acaso que, no período da ditadura militar brasileira, de 1964 a 1985, que o ensino de filosofia foi extinto. Naquele período, a ideologia que predominou, aliás, ela já vinha prevalecendo desde a instauração da República no Brasil em 1889, era o positivismo. Essa teoria, elaborada por Augusto Comte, defendia a noção de que o conhecimento científico seria a o único caminho para se alcançar a verdade. Nesse contexto, os positivistas recusavam tudo que não pudesse ser comprovado cientificamente.

Assim, segundo essa concepção, o progresso de uma nação estaria vinculado aos avanços científicos. Em termos de sociedade, aspiravam por um governo forte e estável, que soubesse conciliar as necessidades de paz social com as de liberdade, e a ordem com progresso. Para os positivistas, o único tipo de governo que conseguiria aliar ordem e progresso, dois lemas positivistas que constam na bandeira nacional do Brasil, seria o ditatorial.

As Idéias

Pensamentos

Pensamentos

Essas ideais embasaram aquilo que os militares concebiam como a lei de segurança nacional e influenciado por essas ideias, o Brasil mergulhou em um regime ditatorial dos mais ferozes. Com isso, a filosofia, que não tinha como finalidade estabelecer a ordem e nem o progresso, mas o livre desenvolvimento das ideias, foi totalmente banida das escolas e das universidades. Nesse período, não se podia pensar, mas sim obedecer.

Passados 23 anos do fim do regime militar no Brasil, eis que em 2008, a filosofia e a sociologia, novamente foram incluídas nos currículos das escolas de educação básica de todo o país. Na realidade, trata-se de uma inclusão gradativa, pois a filosofia já tinha reaparecido nas escolas em 1982, portanto, no final do regime militar, como uma disciplina optativa, só que ela não poderia aparecer com essa nome. Agora que voltou a ser ensinada nas escolas públicas, a juventude pode ter contato com as ideias de pensadores como Platão, Kant e Descartes sobre ética, lógica e política. Certamente com esse retorno, velhos preconceitos que haviam com a filosofia caíram por terra. Portanto, aquela noção pré-concebida de que a filosofia não tem nada a ver com nossa realidade, que ela é muito abstrata e pouco prática, não se confirma nessa nova fase de seu ensino na rede pública.

Os professores da disciplina buscaram mostrar como conceitos de ética, lógica e política dos antigos pensadores se inserem em nosso cotidiano. Chegam a ser um absurdo essas concepções extremamente preconceituosas, uma vez que se não fossem tão práticas assim, a filosofia e sociologia não teriam sido banidas pelo regime militar por tanto tempo.

A importância da filosofia está justamente na sua capacidade de desenvolver nas pessoas o senso crítico. Uma pessoa com senso crítico torna-se mais exigente, não aceita ser manipulada, não aceita ser conduzida, aprende a pensar por si própria e isso é atemporal. Portanto, em tempos de mensalão e de negociatas no Congresso, que essa herança da antiga Grécia continue “fazendo a cabeça” das pessoas por muitas e muitas gerações. Se cuidem, políticos!!!

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Categoria(s) do artigo:
Filósofos

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