O conflito do Egito começou em 2013, quando Mohamed Morsi, que era o presidente do país foi removido pelo ministro da Defesa, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi. Seria o aniversário da eleição de Mohamed, dia 30 de junho de 2013, porém, nesta data, uma grande parte da população foi pedir a susa renúncia em uma grande manifestação nas ruas. O que levou o povo a rebelar-se com o então governo foram diversas questões, entre elas, sociais, políticas e econômicas. Problemas que se agravaram ainda mais no governo de Mohamed Morsi.
As manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas pedindo a saíde de Morsi começaram pacífica, porém, o assassinato de 5 manifestantes que eram contra o governo fez com que o quadro mudasse. As pessoas ficaram mais violentas e aquelas que apoiavam o governo do então presidente também foram protestar a seu favor.
Manifestações Mais Violentas
Em rede nacional, no dia primeiro de julho, os manifestantes que foram às ruas pedindo a saída de Morsi, saquearam a Irmandade Muçulmana, no Cairo. Sem falar que o prédio foi atacado por pedras e outros objetos. Neste mesmo dia, por conta dos protestos violentos, foram confirmadas mortes próximo ao quarta general de Mokattam. Dois dias depois, mais notícias de mortes, 16 pessoas que foram às ruas para apoiar o então presidente haviam sido mortas, em mais um ataque dos contrários ao governo.
De um lado a população que exigia a saída do presidente do governo e de outro os manifestantes que o apoiavam e a cada manifestações de ambos os lados mais violentas. Isso tudo gerou uma grande crise constitucional e política no país. Até porque, mesmo diante da pressão do Ministério da Defesa e da população nas ruas, Morsi se recusava a sair do poder. Além disso, os militares ameaçavam tomar o poder caso os políticos não encontrassem logo uma solução.
No dia 3 de julho, os militares do Egito não perderam tempo e declararam que Mohammed não era mais o presidente do país, além disso, eles suspenderam a Constituição do Egito. Tudo foi anunciado através de um comunicado do Ministério da Defesa, que ainda dizia que logo seria realizada uma eleição para eleger um novo presidente. Daquele momento até a eleição, Adlyr Mansour ficava a frente do governo do Egito.
Muitos líderes da Irmandade Muçulmana foram presos e Morsi foi declarado em prisão domiciliar. Toda a decisão fez com que confrontos e manifestações continuassem pelas ruas do Egito.
A Reação das Comunidades Internacionais ao Evento
Fora do Egito, as reações dos outros países em relação ao que acontecia lá foram diversas. Os líderes árabes, por exemplo, tiveram na sua grande maioria a reação de apoiar a decisão dos militares, alguns preferiram se manter neutros e somente dois países se coloram contra, Tunísia e Qatar.
Outros países preferiram somente expressar preocupação com o andamento da política no país, Estados Unidos, entre eles. Durante um grande período se debateu sobre a situação que estava e que se foi criada no país. Em particular, se falou sobre o golpe de Estado, era assim que a mídia no ocidente descrevia o que tinha acontecido no Egito.
Em bem pouco tempo, os manifestantes que eram a favor de Morsi fram reprimidos, de forma violenta e pequenos grupos mostrando insatisfação, aqui e ali, continuaram a serem vistos.
Sobre Mohamed Morsi Issa
Morsi foi o quinto presidente eleito no Egito. Antes disso tinha sido presidente do Partido da Liberdade e Justiça entre o período de 30 de abril de 2011 e junho de 2012. Esse foi um partido político cujo os fundadores pertenciam a Irmandade Muçulmana, criado logo depois da Revolução do Egito.
Morsi entrou para história daquele país, não só por ser um dos seus presidentes, mas por ter sido o primeiro presidente civil que era ativista islâmico a chegar ao poder de forma democrática. Porém, o seu governo durou pouco mais de um ano.
Depois de ser retirado do poder pelos militares, ela ainda foi condenado pelas prisões e torturas que mandou executar durante o seu governo. Ele foi condenado a 20 anos de cadeia no dia 21 de abril de 2015.
Logo depois que o partido foi fundado, Morsi foi eleito para ser o presidente do mesmo. Sendo que na eleição, logo no primeiro turno, foi o candidato mais votado, recebendo 24% dos votos válidos, que garantiram a sua participação no segundo turno.
No segundo turno, Morsi disputou a presidência do Egito com Ahmed Shafiq, um candidato independente. As eleições aconteceram nos dias 16 e 17 de junho de 2012 e o vencedor foi anunciado no dia 24 de junho do mesmo ano. Morsi ficou com 51,73% dos votos válidos e o seu oponente, Shafiq, ficou com 48,27%.
Ele assumiu o governo no dia 30 de junho, como o primeiro presidente que assumia depois da revolução pela qual tinha passado o país. Na ocasião, declarou que seria “o presidente de todos os egípcios”, fazendo referência a minoria cristã.
Mohamed Era Presidente do Egito
Já como presidente o Egito, no dia 12 de agosto de 2012, demitiu Mohamed Hussei Tantawi, um alto militar do seu governo e junto com ele, outros militares. No lugar, colocou pessoas de sua confiança. Além disso, revogou alguns pontos da Constituição do país, que haviam sido ditadas pouco tempo antes que ele assumisse o governo, pelos militares. Eram decisões que limitavam o seu poder como presidente do Egito.
Todas as decisões que Mohamed tomou no dia 12 de agosto foram vistas como forma de afirmar a presença de um governo civil diante dos militares. Além disso, ele rompeu com o governo da Síria e apoiou os rebeldes daquele país.
O povo começou a rebelar-se contra o seu governo ainda no mesmo ano da sua eleição, em novembro de 2012. Eles contestavam o fato de um projeto de constituição estar sendo preparado por um grupo islamista. Diante da insatisfação da população, Morsi decretou leis que davam a ele total poder e isso fez com que os protestos ganhassem mais adeptos e força. Diante dessa reação, o presidente voltou atrás e diminuiu os seus poderes.
No fim do mês de novembro foi apresentada a Constituição na sua versão final, o que gerou imediatamente novos protetos por parte dos cristãos coptas, dos secularistas e dos liberais. Morsi reagiu determinando que os militares tinham que proteger as instituições nacionais e também os lugares que aconteceriam as votações para decidir sobre o novo texto da Constituição. Referendo esse que aconteceu em 15 de dezembro, com resultado favorável ao governo, a aprovação do texto.
Poucos órgãos de imprensa tocam na ferida. As notícias que chegam simbolizam um povo em luta constante por religião ou outros temas abstratos.
Entretanto, quem está vivenciado esta temática pode perceber nitidamente que a principal questão da problemática realmente possui aspirações de igualdade e fadiga de governos corruptos. Há alguns momentos atrás a ditadura na Tunísia gerou ampla repercussão midiática.
Especialistas afirmam que a organização do atual levante egípcio reivindicativo começou justamente no momento de emancipação tunisiana. Inúmeros países do norte africano e Oriente Médio estão organizando manifestações internas.
Até então as grandes agências de notícias não estão enfocando os acontecimentos com devida atenção nos vizinhos do Egito. Muitos pensadores que desacreditam do poder das manifestações acabam vendo suas doutrinas caírem com os últimos movimentos populares do povo egípcio, que ambiciona derrotar o autoritarismo corrente há mais de 30 anos.
Por Renato Duarte Plantier