Benim é um país de pequenas dimensões no oeste do continente africano e que tem uma relação bastante estreita, culturalmente, com o Brasil. O acarajé e a feijoada, tão amados por aqui, tem sua origem na gastronomia beninense assim como o vodu – que guarda semelhanças com o candomblé – é a religião mais proeminente do país.
Essa aproximação não se dá por acaso, historicamente, Benim foi um dos principais entrepostos de escravos no período entre os séculos 17 e 19 sendo que boa dos africanos extraídos de lá foram trazidos para o Brasil. A nação africana tem uma história bastante rica tendo sido o reino Abomey dos povos Fon ou Dahomey, colônia francesa e posteriormente país independente. Conheça mais sobre os aspectos humanos de Benim, um dos países mais pobres da África.
História do Benim
No ano de 1625 foi criado o reino Abomey com uma intensa vida cultural, até os dias de hoje as tapeçarias, máscaras de madeira, cerâmica e estátuas de bronze possuem destaque mundial. Benim, que era conhecido como Daomé, foi anexado como território francês no ano de 1893 sendo posteriormente incorporado ao conjunto da África Ocidental Francesa em 1904.
Trânsito em Benim
Em 1958, Daomé, se tornou uma república autônoma dentro da Comunidade Francesa. Sua independência foi concedida no dia 1° de agosto de 1960, mas estabilidade política durou pouco. O primeiro presidente, Hubert Maga, foi deposto através de um golpe militar pelo general Christophe Soglo em 1963. Soglo negou a possibilidade de um governo civil em 1965 e acabou sendo deposto por um grupo de jovens oficiais de exército em 1967.
Antes do final da década, em dezembro de 1969, o país passou por seu quinto golpe, o exército retomava o poder. No mês de maio de 1970 foi escolhido um triunvirato presidencial para comandar o país que acabou sendo deposto em 1972 através de outro golpe militar que tornou presidente o tenente-coronel Mathieu Kérékou.
República Popular do Benim
No período entre 1974 e 1989 o país passou por um regime socialista em que o nome Daomé foi substituído pela nomenclatura República Popular do Benim. Benim é uma homenagem a um reino africano que teve seu apogeu entre os séculos 15e 17 na região em que atualmente está o território nigeriano. Foi em 1990 que o país mudou seu nome para República do Benim devido ao seu aceno para a democracia dos multipartidos.
Problemas Econômicos
Para entender os aspectos humanos do Benim é interessante conhecer a sua história econômica recente. No final da década de 1980 o pequeno país africano viu sua economia praticamente entrar em colapso. Foi um momento difícil em especial pelo fato de que o auge do petróleo na Nigéria chegou ao fim de maneira que mais de 100 mil trabalhadores beninenses foram expulsos e incharam as estatísticas de desempregados em sua terra natal.
Crianças de Benim
O então presidente, Mathieu Kérékou, iniciou um grande projeto de privatização para desinchar as folhas de pagamento além de cortar uma série de serviços sociais. Foi essa instabilidade econômica e o cenário de descaso social que levou o povo a se levantar contra seu líder pressionando para que o Benim trilhasse o caminho democrático. No ano de 1991, o economista Nicéphore Soglo, foi eleito presidente contando com o apoio popular no início.
As medidas austeras em relação aos serviços sociais fizeram com que Soglo se tornasse um verdadeiro inimigo da população que sofreu com a queda do seu estilo de vida e desvalorização cambial. Kérékou foi eleito presidente em 1996 e reeleito em 2001, em 2006 foi a vez de Yayi Boni ser eleito e do FMI e Banco Mundial concordarem em cancelar uma parte significativa da dívida externa do país que apresentava novas políticas econômicas.
Atividades Econômicas do Benim
A atividade econômica de maior destaque do país é a agricultura de subsistência com destaque para o feijão, o milho, amendoim, arroz, mandioca e abacaxi. O Benim exporta algodão e produtos têxteis variados. A região mais pobre do país é o norte, na região sul a agricultura e a pesca aparecem como atividades profícuas.
Inundações
O ano de 2010 foi bastante difícil para os moradores do Benim, pois houve uma série de inundações que destruiu mais de 55 mil casos e deixou mais de 680 mil pessoas desabrigadas. Ao todo foram 46 mortes registradas e perdas materiais imensuráveis para um povo que já vivia com grande dificuldade.
Bandeira de Benim
Aspectos Humanos de Benim
O idioma oficial no território é o francês, mas também se fala fula, bariba, ioruba e fon. O país conta com uma população de cerca de 10008749 de habitantes sendo a divisão entre homens e mulheres de quase meio a meio. Sua população é quase em maioria jovem com expectativa de vida de 59 anos de idade. Há dentro do país em torno de 42 grupos e subgrupos étnicos diferentes incluindo iorubas, fon, baribas, adjas, aizos, minas, gouns, sombas entre outros.
Em termos religiosos há diferentes expressões de crenças no território sendo cerca de 52% adeptos de crenças tradicionais, em torno de 28% de cristãos, cerca de 20% seguidores do islamismo e cerca de 0,3% sem uma religião definida. O vodu é uma crença bastante difundida no Benim, aliás, o país é a origem dessa religião que foi espalhada para ilhas do Caribe e América do Norte por escravos oriundos de lá. No dia 10 de janeiro é celebrado o Dia Nacional do Vodun, trata-se de um feriado nacional.
